Durante este ano queremos centrar nossa produção nesse tema: os tais Sete Pecados Capitais cuja lista, na nossa opinião, deveria receber mais dois – o Ciúme e o Egoísmo. E, sim, para lhes dar o devido destaque trataremos cada “pecado” com inicial maiúscula. E “pecado” receberá aspas.
As aspas são mais fáceis de se explicar. Afinal, o conceito de pecado é tão arraigado que não precisaríamos detalhar muito, não é? Mas, na realidade, o conceito de “pecado” é o que há de mais controverso, pois trata-se, antes de mais nada, do Desejo operando. O pecado envolve concretizar algo que pede satisfação e que acarreta culpa – a sensação de que não deveria ter feito o que fiz. Mas fiz. E quando são pensamentos pecaminosos? Nem mesmo concretizei o que fantasiei e já me vem a culpa por aquilo que não fiz, mas desejei, mesmo que fugazmente, fazer.
Nossa proposta será falar um pouco de cada um dos 7 pecados capitais já conhecidos, com inicial maiúscula para lhes dar a devida relevância: Soberba (1), Avareza (2), Inveja (3), Ira (4), Luxúria (5), Gula (6) e Preguiça (7); e, como comentamos, adicionaremos mais 2: Egoísmo (8) e Ciúme (9).
Durante os meses do ano, portanto, vamos discorrer um pouco acerca de cada um deles buscando uma visão que dialogue com a origem do conceito na moral religiosa ao mesmo tempo em que procuraremos adicionar aspectos contemporâneos a esta lista que vem do século XIII. E é nessa linha, mesmo, que vimos como coerente – ou necessária – a adição de dois pecados à lista, para dar forma a uma leitura do que expressaria um pouco melhor aquilo que se torna discurso sobre o sintoma atualmente, tanto nos consultório quanto em uma leitura social mais ampla.
Fica o convite para nos acompanhar nesta jornada sobre estes temas que vêm pautando discussões de fundo filosófico, ético e moral por séculos, mas que, em nossa visão, merecem mais uma reflexão para explorar aquilo que nos faz conectá-los com conceitos fundamentais da Psicanálise.
No próximo artigo retornaremos, então, para falar sobre a Soberba – ou vaidade, ou orgulho – algo que, convenhamos, merece nossa atenção em tempos em que a aparência é tão, e cada vez mais, valorizada em detrimento da essência.
Até logo!
E a dica é assitir a Se7en (Se7en: Os Sete Pecados Mortais) até antes do nosso próximo encontro.
