Nós e a TPM

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Essa semana era a minha vez de escrever o texto para o nosso site e eu estava pesquisando sobre alguns temas e eis que, como em outros meses, me senti imprestável devido à TPM. Nós e a TPM… Minha TPM não vem acompanhada de dores físicas, não tenho cólicas, mas, em compensação, o estrago psicológico é imenso. Parece que viro outra pessoa. Irritação, tristeza e desânimo me acompanham no período pré-menstrual desde a adolescência.

Os hormônios são os responsáveis por essa flutuação de humor, já sabemos. Porém, não devemos esquecer que mente e corpo estão intimamente conectados, afinal os hormônios mudando o funcionamento do nosso corpo fazem com que a percepção dos acontecimentos seja diferente – o que ontem não me tocava tanto, hoje me faz chorar e daqui a 3 dias não fará mais sentido.

Isso fala de quanto a Psicanálise considera aquilo que é do corpo. Muitos a consideram uma disciplina eminentemente mental, mas não é assim. Um dos conceitos mais importante da Psicanálise é a pulsão e é pelo corpo que a pulsão busca satisfação. Mudando o corpo, muda também o caminho para essa satisfação pulsional.

Levar em conta essas mudanças orgânicas é importante na prática psicanalítica. Um paciente que está começando uma nova medicação poderá ter mudanças de humor e isso deve ser levado em conta no manejo clínico. Com a TPM acontece da mesma maneira.

Costumo orientar minhas pacientes a não tomarem decisões importantes nesse período, porque sua visão da realidade pode estar obscurecida pelas mudanças em seu corpo. É um período em que a própria autoimagem está comprometida e tudo parece ficar mais difícil e complicado.

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