A ansiedade nossa de cada dia

ansiedade

Recebo com certa frequência em meu consultório pessoas que relatam estar sofrendo com a ansiedade.

Como se caracteriza uma crise de ansiedade? Sintomas físicos geralmente estão presentes em maior ou menor grau: respiração ofegante, falta de ar, dor no peito, sudorese, tontura, enjoo, etc. Além da crise propriamente dita, muitas pessoas apresentam uma ansiedade generalizada e persistente no seu dia a dia que pode se arrastar por meses. Essas pessoas estão em um modo de defesa constante, como se estivessem sempre em perigo. Mas, perguntamos: “que perigo é esse?” e muitas vezes (ou quase sempre) a resposta é “não sei”.

Freud em 1926 em seu texto Inibição, Sintoma e Angústia compreende a ansiedade como um sinal da presença de um perigo inconsciente. Em reposta a esse sinal, o Eu mobiliza mecanismos de defesa para impedir que sentimentos e pensamentos inaceitáveis viessem à consciência. Um desses mecanismos de defesa utilizados pelo Eu é o deslocamento, ou seja, a ansiedade pode estar vinculada a um modo consciente e aceitável que mascara, encobre uma preocupação mais profunda (inconsciente) e menos aceitável.

Convidados a falar sobre seus temores num setting analítico, os pacientes podem, finalmente, ter a chance de entrar em contato com seus verdadeiros receios. Receios esses que provavelmente os acompanham desde a infância e que situações do cotidiano trouxeram à tona. Mudanças de emprego, alteração do nível de exigência no trabalho, começo e final de relacionamento, filhos que nascem e filhos que saem de casa, são exemplo de eventos que podem vir a desencadear o sintoma da ansiedade.

Portanto, se você se reconheceu nestas linhas ou conhece alguém que passa por situação semelhante, fica a reflexão sobre se não é hora de se considerar o início de um processo analítico.

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